segunda-feira, 25 de abril de 2011

RECOMENDAÇÃO PARA LEITURA

Olhos verdes
Por António Torrado | Cristina Malaquias, 26 de Abril de 2009

Esta história passou-se na Índia, há muito tempo.
Certo rajá tinha dois filhos, dois filhos já homens, mas muito diferentes entre eles. Um, o mais velho, era tão feio por dentro como por fora. Para condizer, casara-se com uma feiticeira, uma peste.
O mais novo, ainda solteiro, não era feio nem bonito, mas, conhecendo-o melhor, percebia-se que a beleza dele estava toda concentrada no coração. E tinha olhos verdes.
O rei ou rajá, encarando os dois filhos e ajuizando sobre o que deles sabia, decidiu:
- Quem vai herdar o meu reino será o meu filho mais novo, que tem qualidade para ser um bom rei.
A feiticeira, casada com o mais velho, não gostou da escolha do sogro e maquinou um feitiço para afastar o cunhado rival. Convidou-o a tomar chá na varanda dos seus aposentos e misturou uma poção mágica nas folhas da chaleira.
O bom príncipe bebeu e transformou-se em peixe.
- Vai nadar para o meio dos teus irmãos - disse a bruxa, atirando-o ao rio, que corria debaixo da varanda do palácio, e largando uma daquelas gargalhadas arrepiantes, que só as bruxas sabem dar: - Ah! Ah! Ah! Não é assim, nem pouco mais ou menos, mas como não sou bruxa...
O príncipe, transformado em peixe, nadou rio abaixo. Deste rio passou para outro maior, que se comunicava com outro imenso, tão largo como um braço de mar.
Foi pescado.
A rede que o pescou, de cambulhada com outros peixes, era puxada pelos servos de outro rajá, rei de outro reino.
Muitos peixes morreram antes de chegar ao palácio. Um dos que sobreviveu e que chamou a atenção do cozinheiro foi o bom do peixe-príncipe.
- É diferente dos outros - disse o cozinheiro. - Tem olhos verdes e corpo dourado. Vou oferecê-lo à princesa.
Ficou num aquário, à cabeceira da cama da princesa, que logo se encantou por ele.
- Gostava tanto de ser peixe, para nadar ao teu lado - segredou-lhe, um dia, a princesa.
- Pois eu gostava de ser homem, para poder estar ao teu lado - segredou-lhe o peixe.
Tamanha vontade dos dois tinha de resultar. O amor é uma grande magia.
A jovem princesa começou por surpreender-se com as falas de um peixe de olhos verdes. Mais razão tinha para estranhar, quando o peixe se transformou em homem. Mas não estranhou. Os olhos verdes eram os mesmos...
Claro que daí a um tempo casaram.
Com ajuda dos exércitos do sogro, o príncipe de olhos verdes recuperou o reino, aprisionou a cunhada e o irmão e reinou feliz em companhia da princesa, rodeados por principezinhos de olhos verdes e de olhos castanhos. Não sei se disse que a princesa tinha olhos profundamente castanhos. Belíssimos.
Nestas histórias fica sempre muita coisa por contar...

UM POUCO DA HISTÓRIA DA LITERATURA INFANTIL

      A literatura infantil divide-se em dois momentos: a escrita e a lendária. A lendária nasceu da necessidade que tinham as mães de se comunicar com seus filhos, de contar coisas que os rodeavam, sendo estas apenas contadas, não sendo registradas por escrito. Os primeiros livros infantis surgiram no século XVII, quando da escrita das histórias contadas oralmente. Foram obras de fundo satírico, concebidas por intelectuais que lutavam contra a opressão para estigmatizar e condenar usos, costumes e personagens que oprimiam o povo. Os autores, para não serem atingidos pela força do despotismo, foram obrigados a esconder suas intenções sob um manto fantasioso (Cademartori, 1994).

O início da literatura infantil pode ser marcado com Perrault, entre os anos de 1628 e 1703, com os livros "Mãe Gansa", "O Barba Azul", "Cinderela", "A Gata Borralheira", "O Gato de Botas" e outros. Depois disso, apareceram os seguintes escritores: Andersen, Collodi, Irmãos Grimm, Lewis Carrol, Bush. No Brasil, a literatura infantil pode ser marcada com o livro de Andersen "O Patinho Feio", no século XX. Após surgiu Monteiro Lobato, com seu primeiro livro "Narizinho Arrebitado" e, mais adiante, muitos outros que até hoje cativam milhares de crianças, despertando o gosto e o prazer de ler (Cademartori, 1994).

Leitura e formação do gosto (por uma pedagogia do desafio do desejo)



Segundo a autora Maria do Rosário
Há um problema da leitura da literatura na escola, onde ela não se resume em questões de adequação à faixa etária ou ao gosto do aluno, de veiculação de conteúdos úteis, de condicionamento do hábito de ler através de técnicas milagrosas. Onde seu estudo envolve aspectos complexos.
Que Leitura e Literatura são fenômenos sociais relacionados às condições de emergência e utilização de determinados escritos, em determinada época. Leitura e literatura são nesse sentido, formas de conhecimento, tornando-se necessário pensá– las do ponto de vista de seu funcionamento sócio -histórico. E é através da leitura que se conhecem e aprendem os conteúdos de ensino é pela leitura que se conhece e aprende, portanto também a literatura como, por exemplo:
 O texto literário propõe uma ação na esfera imaginativa, criando uma nova relação entre situações reais e situações de pensamento, ampliando, assim, o campo de significados e auxiliando na formação dos planos da vida real. Lida com necessidades de imaginação e fantasia, onde se criam e seguem regras voluntarias para satisfação do desejo é um meio de se atingir prazer máximo, fornecendo estruturas básicas para a mudança de necessidades e consciência que propiciem avanços nos níveis de desenvolvimento. O texto se caracteriza pelo conjunto de relações que o definem como unidade de sentido. E preciso trazer a literatura para a sala de aula, para “despertar “ o sabor de ler; que é preciso propiciar condições para o prazer como satisfação de necessidades,para a consciência da moda e do aspecto social da leitura e do gosto. A formação do gosto envolve também a diversidade  como principio norteador da seleção e utilização dos textos literários e da reflexão sobre o desenvolvimento dos sujeitos alunos. O trabalho com a leitura da literatura tem de levar em conta essa luta da criança e do jovem ( e do professor )inserida na luta e  nas condições da linguagem. Com a superação critica e histórica do gosto, com base numa pedagogia  do desafio do desejo.

Reinações de Narizinho

Reinações de Narizinho é um livro infantil de autoria de Monteiro Lobato (1931). É o livro que serve de propulsor à série que seria protagonizada no Sítio do Picapau Amarelo.
Apresenta os personagens de grande sucesso: Emília, a boneca que fala, Pedrinho e Narizinho, as crianças que partem nas aventuras, o Visconde de Sabugosa, o sabugo de milho que é um sábio,Dona BentaTia Nastácia, o Marquês de Rabicó e outros.
O livro é composto de várias pequenas histórias, previamente publicadas, compostas em capítulos. Algumas histórias são plenamente originais, enquanto outras histórias são interessantes combinações utilizando histórias e personagens já conhecidos, como a visita dos personagens do Mundo das Maravilhas, incluindo as princesas Branca de Neve e Cinderela e Aladim. Monteiro Lobato, dessa forma, já utilizava em 1931 a técnica que recentemente fez o sucesso da animação cinematográfica Shrek.
O fato do livro ser composto de várias histórias é evidenciado por pequenos lapsos de continuidade, assim como por alguns trechos com explicação que só fariam sentido em publicações separadas. Ou seja, o livro Reinações de Narizinho é um livro que mostra todos os livros já escritos por Monteiro Lobato.
Reinações de Narizinho é uma dos melhores obras da literatura infantil porém, já mostra algumas inadequações ao contexto sócio-político atual. Dois problemas que podem ser facilmente identificados são, a linguagem antiga, já em desuso, e a abordagem preconceituosa e politicamente incorreta (mas aceita na época quando foi escrito) dada ao personagem negro, Tia Nastácia.
Jeca Tatuzinho
Jeca Tatu é um personagem criado por Monteiro Lobato em sua obra Urupês, que contém 14 histórias baseadas no trabalhador rural paulista. Simboliza a situação do caboclo brasileiro, abandonado pelos poderes públicos às doenças seu atraso e à indigência.
"Jeca Tatu não é assim, ele está assim".
A frase de Monteiro Lobato, sobre um dos seus mais populares personagens, refere sua obra para além das histórias infantis e incomoda a elite intelectual da época, acostumada a uma visão romântica do homem do campo. Jeca Tatu, um caipira de barba rala e calcanhares rachados – porque não gostava de usar sapatos, era pobre, ignorante e avesso aos hábitos de higiene urbanos. Morava na região do Vale do Paraíba (SP), distinta por seu atraso.
O personagem Jeca Tatu e a análise dele feita por Monteiro Lobato conto Urupês e no artigo "Velha Praga" de Monteiro Lobato, é assim explicado pelo folclorista Cornélio Pires, quando analisa o caipira caboclo:
Coitado do meu patrício!, (o caipira caboclo), Apesar dos governos os outros caipiras se vão endireitando à custa do próprio esforço, ignorantes de noções de higiene… Só ele, o caboclo, ficou mumbava, sujo e ruim! Ele não tem culpa… Ele nada sabe. Foi um desses indivíduos que Monteiro Lobato estudou, criando o Jeca Tatu, erradamente dado como representante do caipira em geral!

Cornélio Pires
O trabalho do escritor voltado para várias questões sociais, dentre elas a saúde pública no país, repercute na política e na campanha sanitarista da década de 1920, denunciando a precariedade da saúde das populações rurais, com impacto na redefinição das atribuições do governo no campo da saúde.
Num primeiro momento, em artigos publicados no jornal O Estado de São Paulo, (1914), Lobato pensa o caboclo como uma praga nacional:funesto parasita da terra (…) homem baldio, inadaptável à civilização (…), responsabilizando-o pelos problemas da agricultura.
A história do Jeca Tatu relaciona-se com a de Lobato. Segundo seus biógrafos, em 1911, ele herda do avô a fazenda Buquira, no Vale do Paraíba (SP), tornando-se fazendeiro. Desentende-se com empregados e cria uma figura desqualificada do caipira, tomando o caipira caboclo como protótipo do caipira, considerando-o preguiçoso demais para promover melhorias no seu modus vivendi.
No entanto, no bojo das campanhas sanitaristas, Monteiro Lobato modifica sua análise do problema: Pobre Jeca. Como és bonito no romance e feio na realidade., transformando-o num novo símbolo de brasilidade. Não por acaso, em 1924, foi criado o personagem radiofônico Jeca Tatuzinho, que ensinava noções de higiene e saneamento às crianças.

TEXTO: POR ONDE COMEÇAR?


A literatura não contraria a velha lei de lavoiser a qual nada se cria tudo se transforma, ainda que se considere que um escritor é um criador, ele produz uma obra a partir de sua experiência, de leituras e do que esperam dele.  O escritor dispõe também de grande liberdade, pois somando experiência e imaginação, ele pode ir longe, inventando pessoas, lugares épocas e enredos diversificados.
Os leitores precisam se reconhecer nas personagens, há limites para mexer com a temporalidade , e a ação precisa ter um mínimo de coerência, o leitor também traz algum tipo de experiência , uma bagagem de conhecimento que precisa ser respeitada, caso contrario se estabeleça um choque entre quem escreve e quem lê, rompe-se a parceria que só da certo se ambos se entendem.

texto da aula literatura infantil

TEXTO: PARA QUE SERVE A LITERATURA INFANTIL
Algumas histórias como as fábulas têm o sentido de transmitir uma lição de moral e outras tem o sentido de transmitir a realidade, não só pra as crianças, mas também para adultos.
A literatura infantil leva a criança ao mundo da fantasia, fazendo com que a criança aprecie e admire até se comovam com as histórias de alguns personagens que lhes pareçam bonitas diferentes até instigantes. A literatura envolve a criança de uma forma que até ela pode associar suas leituras como suas obrigações escolares, fazendo com que a criança desenvolva o gosto e habilidades próprias da literatura literária. Mas para isto acontecer tem que ser utilizado de forma com que a criança se sinta livre, sem ser pressionada, e nem sendo apenas uma atividade de rotina, sem valor, sendo utilizada só pararepetição de textos.   

APRESENTAÇÃO DO BLOG

ESSE BLOG, TEM COMO OBJETIVO COMPARTILHAR HISTÓRIAS ,COM  OS DEMAIS ALUNOS DO CURSO DE PEDAGOGIA E OUTROS INTERESSADOS, QUE GOSTAM DA MATERIA LITERATURA INFANTIL, ONDE SERÁ ABORDADOS , HISTÓRIAS INFANTINS, DICAS, E OS ASSUNTOS DADOS EM SALA DE AULA, PELA PROFESSORA GISELLY.